terça-feira, 5 de julho de 2011

Características e tipos de transplante de medula óssea

Como se sabe, a medula óssea é a parte interna dos ossos onde são produzidas as células sanguíneas. Esta produção se faz a partir das chamadas células-tronco que são capazes de se diferenciar para as múltiplas linhagens celulares existentes no sangue. 

A medula óssea pode sofrer danos irreparáveis e mesmo sua total destruição por força de dois fatores: doenças como leucemias e aplasias de medula e vários outros tipos de câncer, ou por toxicidade de determinados produtos químicos. Dentre as leucemias, algumas são curáveis com tratamento quimioterápico convencional, mas, a maioria, necessitará de transplante para sua cura definitiva. 





Para as aplasias de medula óssea existem outros tratamentos, mas o transplante é o de primeira linha e o que traz os melhores resultados principalmente em pacientes jovens. Entre os casos de destruição por toxicidade destaca-se o dos medicamentos quimioterápicos empregados no tratamento do câncer, cuja eficácia está frequentemente associada à sua agressividade. Em ambos os casos, o transplante da medula óssea é uma forma de repovoar uma medula cujas células-tronco foram destruídas. Enxerta-se no paciente um contingente de células-tronco sadias, as quais passarão a se reproduzir normalmente restaurando as funções da medula destruída. 




Três são as fontes de células-tronco hematopoéticas utilizadas num transplante: 

medula óssea alogênica: obtida de um doador compatível aparentado (especialmente irmãos) ou não-aparentado; 
medula óssea singênica: obtida de um irmão gêmeo idêntico; 
medula óssea autóloga: obtida do próprio paciente, devidamente criopreservada e depois reinfundida no paciente. 

Assim, as indicações de um e de outro tipo variam e se complementam. Logicamente os transplantes autólogos são muito menos complexos que os alogênicos por não depender da compatibilidade entre doador e receptor. Sua aplicação se restringe, porém, aos casos em que a medula não foi danificada. Já os transplantes alogêncios - muito mais complexos - enfrentam obstáculos importantes mas carregam um potencial curativo muito mais amplo. 

Os obstáculos a superar em um processo de transplante são de várias espécies e se referem aos doadores, à possibilidade de rejeição, à eficácia dos medicamentos e finalmente, mas não menos importante, à qualidade das estruturas de apoio do Serviço. Inicialmente, há que se considerar a questão dos doadores, uma vez que, fora da família, onde as chances de compatibilidade são de 1 para 4 quando o transplante se dá entre irmãos, a probabilidade de encontrar um doador totalmente compatível é de 1 para 3 milhões, ou seja, extremamente baixa. Para superar este obstáculo, é importante ressaltar que um trabalho sistemático de cadastramento de potenciais doadores no mundo todo, já conseguiu cadastrar 3 milhões de pessoas entre os E.U.A., Europa, Austrália e outros, aumentando a probabilidade de obter-se um doador compatível. E evidentemente, na medida em que o cadastramento avance, as probabilidades continuarão a crescer. 

Outro obstáculo de monta tem a ver com a possibilidade de uma rejeição "ao contrário", uma vez que a nova medula, que é portadora de um sistema imunológico próprio, pode rejeitar o seu novo hospedeiro. Os avanços da imunologia e da engenharia genética vêm reduzindo de maneira constante tal rejeição e elevando as probabilidades de sucesso. 

Um terceiro limitador dos transplantes é representado pela eficácia relativa das drogas utilizadas para combater a doença, pois de pouco adiantaria enxertar uma medula nova em um paciente cuja doença não tivesse sido totalmente erradicada. No entanto, os progressos contínuos na pesquisa e a comercialização de novas drogas estão permanentemente reduzindo esse limitador. 

Finalmente, um quarto obstáculo a superar para que os transplantes de medula óssea sejam bem sucedidos, está ligado à qualidade dos serviços de apoio com que conta a unidade que realiza o mesmo. Afinal, trata-se de um procedimento complexo que exige equipe multiprofissional e multidisciplinar e uma infraestrutura hospitalar apropriada, para superar as múltiplas complicações a que o paciente está sujeito. O paciente submetido a transplante tem suas defesas contra infecções severamente reduzidas durante um determinado período, não produz sangue e alimenta-se mal, necessitando de cuidado intensivo contínuo. Sem uma boa estrutura de serviços de apoio como o Banco de Sangue, os Laboratórios de Análise Clínica e de Imunogenética, o Serviço de Nutrição, o suporte psicológico e de terapia ocupacional e a odontologia especializada, por exemplo, a probabilidade de sucesso é seriamente diminuída. 

Larissa, Jeniffer e Alexandra 2ºK

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